Dia 1 - Pé na Estrada

Quinta-feira passada, dia 19 de fevereiro, eu e a Leandra colocamos o pé na estrada em direção ao sul. Deixamos a Feli em Pelotas e fomos, sob o pretexto do casamento de um colega argentino em Buenos Aires, embarcar numa pequena aventura. Nos próximos posts vou relatando brevemente o que vimos e deixando minhas dicas pra quem quiser fazer essa viagem sensacional.

A idéia original era tomar o caminho por Santana do Livramento até Paysandu e de lá chegar na capital argentina. Fizemos uma pequena pesquisa antes e lemos muitas histórias de policiais corruptos e que pegam no pé dos brasileiros por lá, além das incontáveis exigências (1 cambão, carta verde, 2 triangulos, kit primeiros socorros completos, etc.) que acabamos optando por ir pelo Chuí até Montevidéo e Colônia do Sacramento, onde existe o Buquebus, espécie de balsa - bem cara - que cruza o rio da Prata e torna a viagem bem mais curta. (Aos que forem utilizar o chamado Buque, reservem sua passagem com antecedência!) Saímos de Pelotas por volta de 11 da manhã.

A reta até o Chuí é interminável mas o golzinho 1.0 aguentou bem, apesar de há tempos a gente adiar a revisão. Paramos lá pra dar uma olhada nas mercadorias, mas honestamente, achei tudo mais ou menos na mesma média daqui... olhamos, olhamos e não compramos nada. Saldo: + ou - 2 horas perdidas.

(clica no mapa pra ver a rota do dia 1 de viagem)

Do Chuí, tomamos a "Ruta 9" em direção à capital uruguaia. Cruzamos a alfândega sem problemas, e nos pararam alguns quilometros adiante para revistar as malas e documentação. Boa a dica é ter passaporte em mãos, agiliza muito nessa hora - e não dá pra esquecer a carta verde (essa se compra em qualquer agência do Banco do Brasil, mas chegando no Chuí tem várias banquinhas q vendem também). Enfim, os policiais olharam tudo mesmo, menos os nossos bolsos, como o carro está no nome da Leandra, não nos incomodamos nem um pouco. Colocamos um pouco mais da gasolina barata (por volta de 2,39 reais o litro) em La Paloma. A estrada uruguaia é ótima e a ida até Montevideo foi muito rápida - uma ou 2 horas antes de chegar lá, a pista é duplicada.

Chegamos em Mvideo por volta de 9 da noite. A entrada da cidade é muito bacana - viadutos ultra modernos e tudo. O desafio aqui era pegar a "Ruta 1" que levava em direção a Colônia. Não estava preparado pra encontrar uma cidade tão grande e com transito tão maluco. Entramos num shopping pra pegar informações e descobrimos as lojas todas fechadas. Acontece que no Uruguai e na Argentina o horário de verão ainda seguia funcionando - nisto percebemos que havíamos perdido mais uma hora na viagem. Não conseguíamos encontrar a maldita saída, a sinalização da cidade não era das melhores (e o motorista muito atrapalhado). Depois de rodar quase 2 horas, trancar muito transito e levar trocentas businadas (e xingões), achamos a saída com ajuda de vários uruguaios atenciosos.

Já na ruta 1, seguimos baile por mais duas horas. A estrada até Colônia é ótima, toda duplicada, bem sinalizada e com pouquíssimo movimento - tão pouco que quase chegando na cidade, dei uma "piscada" no volante. Acordei de sobressalto e pedi que a Leandra dirigisse. O sono na direção é traiçoeiro - eu achando todo o tempo que estava tranquilo. Mas foi só um cagaço.

Chegamos em Colônia perto de 2 da manhã no horário uruguaio e lá não perdemos muito tempo. Não vimos nada da cidade, só conferimos o lugar de onde partia a balsa. Encontramos um hostel muito podreira chamado "El Español" que cobrava barato - em torno de 50 reais pra 2 pessoas num quarto compartilhado, com internet onde pelo site, reservamos 2 lugares na balsa das 9:30 do dia seguinte (os horários são bem restritos e a classe economica enche muito rápido). Pagamos pela internet no crédito os salgados 260 pesos argentinos e fomos pro berço.

Em breve devo colocar fotos da empreitada no flickr.
Amanhã trago o relato do nosso segundo dia de viagem e falo do tradicional casamento argentino!