segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Sepultura + Machine Head - Porto Alegre, 16/10

Momento legal do show - tocando a novinha "Locust" do álbum que saiu em setembro.

O que dizer dos shows do Sepultura e Machine Head de ontem à noite? Olha, dizer eu não consigo muito, pois a voz ainda rouca me impede... mas o que posso no momento é escrever. Se a garganta ainda dói, nem se fala as panturrilhas e joelhos. Aguardava ansioso pra assistir pela primeira vez na vida à performance dos americanos e também, por que não, mais um show do Sepultura - dessa vez com o grande Jean Dollabela atrás da bateria.

Introdução do show clássico da turnê do disco Arise

Sepultura fez um grande show. Derek Green mostrou-se mais uma vez extremamente bem-humorado e carismático, Andreas Kisser fez excelentes solos, o novo batera destruiu e Paulo como sempre, foi só o Paulo. Honestamente, não senti falta nenhuma dos dois irmãos Cavalera. O repertório incluiu algumas faixas do disco recém lançado - Kairos que funcionou extremamente bem ao vivo pelo refrão curto e direto, o petardo Seethe, Relentless e o magnífico cover de Ministry escolhido pela galera, Just one fix. Feita a divulgação do disco corrente, o sepa preparou um setlist de respeito, buscando pelo menos uma faixa de cada disco que lançou (exceto roorback), executando algumas músicas que, pelo menos eu, nunca tinha visto ao vivo, num misto de nostalgia e euforia. Arise, Dead Embryonic Cells, Troops of Doom, Inner Self entre várias outras. Pra mim, que curto a fase mais hardcore, coloco a Choke (do subestimado against) como ponto alto do show. O quarteto deu trabalho pro Machine Head pois a galera agitou muito no show gastando um bocado das energias antes dos gringos subirem ao palco. Meu pescoço já doía quando o sepultura encerrou o show com a famosa frase "Sepultura do Brasil, 1, 2, 3 4..." explodindo com Roots.

Depois de um intervalo, galera descansando nos degraus mais atrás, tudo escuro e meio de surpresa começam os primeiros acordes da clássica Imperium. Estavam subindo ao palco Robb Flynn e o resto da turma de San Francisco. Já tinha assistido shows da banda em DVD e pela própria energia que os caras conseguem transmitir em um disco gravado em estúdio, tinha uma vaga noção do que era um show do Machine Head... mas na verdade nada podia me preparar pro que estava por vir. Fiquei besta com a competência dos caras em executar músicas de além de 10 minutos com tamanha garra e perfeição. Robb parecia genuinamente emocionado com a recepção da galera e comentou mais de uma vez que após 17 anos de banda ele jamais imaginaria que tocaria em uma cidade no extremo sul do Brasil e que o público faria uma conexão com a banda tão grande. Pra ganhar a gauchada, emplacou um "We've played at Curitiba last night and right now you guys are crushing them". O set, assim como o do sepultura, também trouxe algumas faixas do novo disco, como a gigante (no bom sentido) Locust e a "balada" Darkness Within", com belos momentos de interação banda/público. The Blood, the sweat, the tears veio pra descer a lenha mais uma vez, sendo essa a única faixa do discão Burning red da noite. Nesse momento eu acho que parei de sentir o meu pescoço. Entre tantas outras, vieram as clássicas Davidian e Old do disco de estréia dos caras, sendo esta última com o riff mais matador de toda a história do metal, que levantou a galera e fez gastar as últimas energias que anda sobravam. Ten Ton Hammer foi o tiro de misericórdia nas minhas cordas vocais. O disco the blackening, tido por muitos como uma obra prima teve bastante presença no set com Aesthethics of Hate - e o belíssimo solo (duelo) de guitarras, mostrando um entrosamento filho da puta entre o frontman e o guitarrista Phill Demmel - e o encerramento, já no bis, com a longa e belíssima faixa Halo com o refrão berrado pela galera até explodir os pulmões. Eu, pelo menos, explodi os meus.

Deixando as performances de lado, fica aqui apenas a minha crítica à organização do evento pela péssima divulgação e qualidade do som, além da grande falha de fazer dois shows desse porte numa casa com uma acústica tão ruim - mas vá lá, o ingresso custou "apenas" R$60. Só porque metal parece barulhento, não quer dizer que as pessoas não apreciem um som de qualidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deu pra ter uma BOA idéia do show!
E com isso, te invejar mais ainda! :)
Ta usando colete pro pescoço?
Grande abraço!
diegodelarocha