quinta-feira, 25 de novembro de 2010

pequenas empresas, grandes negócios

To cansado da gentinha de agência, cansado de ser escravo, cansado de encher os bolsos dos outros, da pauta cheia, dos finais de semana perdidos, das noites mal dormidas. Por isso, seguidamente no decorrer do dia, penso em idéias estapafúrdias pra ganhar dinheiro e deixar o ramo da publicidade/design que tanto tem me frustrado ao longo dos anos. Algumas podem funcionar. Vê aí uma delas:

GVF - uma academia para gordos, velhos e/ou fracotes
Bem, acredite ou não, eu sou o tipo de cara que tem asco do próprio corpo. Que procura não se olhar no espelho pra não ver o que todo mundo vê. No ônibus, quando a camiseta sobe um pouco em função do braço flácido segurando no putamerda, lá aparece o barrigão incômodo. Eu finjo que não dou a mínima, como a maioria dos "foras de forma". Quando na salinha do café as pessoas falam que a academia tava pegada, eu faço troça do tipo "Academia é pros fracos. Hora do almoço é hora de engordar, não de emagrecer" ou "bah, vocês são muito ligados na aparência. É uma merda essa sociedade". É claro que só eu posso fazer troça da minha condição - você não pode. Mas é óbvio pra qualquer um que eu não sou o cara mais seguro de si com essa gordura crescente. Discursos adolescentes e inflamados à parte, por que eu não vou na academia? Porque eu odeio rato de academia... aqueles caras com barrigas de tanquinho e minas com bíceps maiores que o meu não me deixam nada a vontade. Fora o fato de todo mundo tirar onda com o meu fôlego no chão depois de trinta segundos de esteira. Sério, uma coisa leva a outra e é uma situação muito constrangedora. Eu deixo de ir a academia porque não consigo levantar 10kg no supino e não consigo levantar 10kg no supino porque eu deixo de ir à academia.
MAS E SE tivesse um lugar frequentado só por gente molenga que nem eu, BAH, eu iria certo. Imagine ir numa academia onde todo mundo é mais fracote, gordo e velho do que tu? Sensacional. Acho que a idéia colaria. Pensa bem... pra entrar na GVF, tem que fazer o teste da flacidez. Só passa quem tiver um índice de gordura acima do permitido. Faríamos testes mensais pra ver quem está emagrecendo. Esses malditos traidores. E se você começar a se puxar muito nas seções de aero-boxe, ferrou, malandro. Que história é essa? Está fora da academia. Aqui só entra gordo preguiçoso, saca? Personal trainer com menos de 100kg não trampa aqui. Aqui, os instrutores comem docinhos enquanto tu sua feito uma baleia.
O problema é que entrar nessa academia seria uma coisa meio degradante. Que nem o gordão ter que reconhecer que só pode comprar roupa na Moda Grande. Putz, ninguém quer ser visto entrando nesse tipo de lugar. Por mais que tu seja gordo pra caralho, tu não quer que as pessoas pensem "coitado, ele não tem mais opções" ou "bah, essa pessoa veste manequim de 44 a 56".
Mas acho que é aí que está a grande sacada: a academia GVF seria como uma unidade de "rehab". Seria uma vitória pra qualquer gordo saír de lá. Motivo de status. Pra colocar um badge no facebook, saca? Assim, quando o cara sair da academia, vai estar magrinho e bombado e cheio de amigos nas redes sociais. Todo mundo vai apertar o "curtir".

Fala sério, quem quer ser meu sócio? Eu já entrei com a idéia... alguém põe a grana aí e depois é mandar as agências à merda!

3 comentários:

Ana Margarites disse...

HHAHAHAAHAHA MORRI :)
Tu devia escrever mais textos por aqui, Balu. Teu senso de humor permanece intacto. :)

Anônimo disse...

auhauhauhauhauhauha... ÓTIMA!!!
O legal desses pseudo-impedidos e/ou que não se enquadram de alguma forma nos "padrões" é que muitos, como tu, desenvolvem a criatividade pra subverter as coisas, o que dá mais leveza a vida própria e a todos ao redor.
Aquele abraço, querido irmão!

Menegon disse...

Foda né Balu?!? Quanto tempo!!!

Depois que li o livro "Pai rico, pai pobre" - um super clichê na literatura em economia - me dei por conta de como realmente somos explorados por uma minoria que tem dinheiro. Somos educados para ter uma educação convencional e fazer faculdade, o que é bem visto pela sociedade, mas no fim das contas, nos tornamos todos empregados - escravos - de quem pode mais. Falta educação financeira e incentivo ao empreendedorismo para que possamos montar para nós negócios lucrativos e sustentáveis. Sobra incentivo ao consumo e ao compromisso com uma carreira que, no fim de nossa vida produtiva, provavelmente vai nos tornar pessoas frustradas e amarguradas! Quero ser patrão!!! Quero me matar trabalhando para o meu próprio sucesso!!!

Força meu amigo! Vida de trabalhador é foda! Saudades dos tempos em que jogávamos basquete com a mente livre de responsabilidades! Quem diria, chegou o dia em que me vejo no lugar do Richard Dreyfuss no filme "Conta Comigo", ao invés de me imaginar em uma aventura com meus amigos de infância como os guris do filme!

Saudades!!! Abração!!!