quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
sobre memórias e a tv ligada
dia desses parei a pensar em como serão nossas vidas quando as bases de coisas do cotifdiano começarem a ruir. não me refiro a coisas sérias, na verdade se você está procurando um texto sério, pare de ler agora mesmo. me refiro a coisas idiotas do cotidiano mesmo. tipo, o que faremos com a tv na hora de dormir quando o jo zonhares morrer? quer dizer, todo mundo acha o cara um mala, mas eu conheço uma pá de gente que dorme com a tv ligada e a voz do gordo se misturando com os próprios sonhos. ou pesadelos. prova disso foi o numero de pessoas que viu a entrevista com uma especialista em piolhos há uns meses atrás. foi só falar em piolho, apareceram dez que disseram "ah esses dias foi uma especialista em piolhos no jô". aposto que tu também assistiu essa entrevista. aliás, que entrevista bem chata né? continuando, o que faremos nas tardes de domingo, quando está quente demais e a única companhia que temos é o faustão? sim, eu sei. ele é um mala. mas tu não te pega as vezes bobeando no sofá enquanto vai rolando a dança dos famosos? e o sílvio? putaquepariu, o lombardi já morreu! será que é possível achar outro figurão como o silvio santos, um desses que dure 50 anos no ar? tenho a impressão de que tudo hoje é mais efêmero. ainda não temos um novo silvio santos. olha aí o ratinho. o cara foi sensação em algum momento, agora não passa de um bigode chato que imita a si mesmo. mas o silvio segue lá. o jo. o faustão. ah, mas tem o luciano huck, que já tem uns 10 anos de globo. alguem lembra da tiazinha? eu era adolescente, então, óbvio que lembro. porra, agora liga a tv no sabado e me diz que pastiche que virou o programa do cara! Quadros mostrando uma casa sendo reformada. Carro velho. Mas ele come a angélica! enfim, ninguém vai sentir falta quando ele morrer. mas do jô, faustão e silvio, ah tu pode até negar, mas tu vai sentir muita falta deles. isso meu amigo, se chama nostalgia antecipada. é um termo que, se ninguém inventou, eu tô inventando agora. Pode ter certeza que tu ainda vai ter alguma lembrança boa da vida relacionada a uma noite boa em que lá no fundo, a tv fora de foco, o jô chateava alguem, ou a um sabado rolando e brincando no tapete da sala ao som do roda-a-roda com silvio ou um domingo caseiro e preguiçoso com o fausto "o loco meu!" silva gritando suas chatices.
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Um comentário:
Hehe... legal esse conceito de “nostalgia antecipada”... melhor patentear antes que alguém roube o termo. Avançando um pouco na idéia, até seria um bom argumento pra um roteiro Kafmaniano.
O Chacrinha, ainda que não me chamasse a atenção, me lembra do vô e da vó indo lá em casa pro café da tarde de sábado...
Tu me fez lembrar de uma espécie de brincadeira mental, que fazia quando pequeno, ao estilo “mundo bizarro” dos super-heróis da Sala da Justiça... imaginar o mundo totalmente ao contrário (e suas consequencias)... andarmos de cabeça pra baixo (sapato pra cabeça), a pele do lado de dentro e os orgãos pra fora (os médicos e estilistas que se virassem), os carros com roda quadrada andando pra traz e pondo gás carbonico como combustivel, vivermos no oceano e os continentes habitados pela fauna marinha ou ainda vivermos dentro da terra, as sombras eram os verdadeiros humanos e se tinha que ter cuidado ao caminhar pra não pisar em outro “humano”no chão, nascíamos velhos e morriamos criança (o processo contra o roteirista do “Benjamin Button” ta correndo na justiça...)... acabava empacando em inversões simultâneas impossíveis... enfim... viagem de criança...
O dificil seria caminhar de cabeça pra baixo, desviando das sombras, de baixo d’água e sem ver nada, já que olhos estavam pra dentro...
Abraço,
diegodelarocha
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