sexta-feira, 18 de julho de 2008

Watchmen!

Vai ser foda esperar até março de 2009.

Taí o aguardado trailer do Watchmen, simplesmente uma das histórias mais legais que já li. É diferente de qualquer história de super-herói que as pessoas em geral conhecem.
Prefiro, em vez de escrever sobre ela, deixar a resenha do omelete:

Quando se faz a avaliação da qualidade das obras de quadrinhos dos últimos 25 anos, alguns roteiristas, desenhistas e títulos se destacam, sendo, em sua maioria consensuais entre os fãs e críticos. Esse é o caso de Watchmen, escrito pelo inglês Alan Moore e desenhado por seu conterrâneo Dave Gibbons, e lançado originalmente em 1985.

Moore já havia mostrado seu talento para revolucionar os quadrinhos no início da década, quando reformulou o Monstro do Pântano e criou John Constantine. Com Watchmen e Batman: A piada mortal – ao lado de O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller –, o roteirista inglês deu um novo fôlego aos quadrinhos de heróis. E não se fixou neste gênero. Na continuidade de sua carreira, concebeu V de Vingança, Do Inferno e os dois volumes de A Liga Extraordinária.

Em Watchmen, apesar da existência de heróis – ou até pela presença deles na sociedade –, o mundo não está melhor. Ao contrário. Usados e perseguidos pela mídia, que os tornou celebridades, e envolvidos pelo poder em intrigas políticas e guerras sujas, os heróis perderam a credibilidade e foram tirados de circulação.

No entanto, o assassinato de um deles, o Comediante, reacende as memórias e as mágoas dos antigos combatentes do crime. Para saber quem teria interesse em cometer o homicídio, o paranóico e desajustado Rorschach parte para investigar. As pistas apontam para um dos “mocinhos”. Entre eles se encontram o segundo homem a vestir o uniforme do Coruja, o empresário e ex-vigilante Ozymandias, o onipotente Dr. Manhatan (o único que possui super-poderes de verdade), entre outros.

Síntese crítica dos quadrinhos das eras de ouro e de prata – com a metalinguagem se estendendo até as Tijuana Bibles dos anos 1930 e as histórias de horror da década de 1950 –, Watchmen é muito mais do que uma narrativa de heróis. É um ponto de reflexão sobre a política, a história e as próprias histórias em quadrinhos. Em cada capítulo, o leitor encontra fichas médicas, reportagens e “entrevistas” com os personagens, elementos que enriquecem a trama, repleta de flashbacks que mostram a formação dos primeiros grupos de heróis e a subseqüente corrupção de seus valores.

Esta obra foi publicada duas vezes pela Editora Abril, inicialmente em 6 edições, de novembro de 1988 a abril de 1989, também publicada em edição encadernada, e depois como uma série em 12 edições, de fevereiro a agosto de 1999. Agora, a Via Lettera republica Watchmen em quatro edições, possibilitando aos leitores que já conhecem este romance gráfico uma nova chance de adquiri-lo, e, às novas gerações, oportunidade de entrar em contato com uma das melhores narrativas seqüenciais da história. E todos poderão voltar a se questionar: em um mundo em que os heróis fantasiados são reais, quem vigia os vigilantes?

Um comentário:

Conde Vlad Drakuléa disse...

Aprecio muito o trabalho do Moore, Watchmen, creio que talvez ele aborde uma possível realidade que ocorreria se supers existissem... Bem escrito e bem lembrado... Talvez seja por isso que O Criador não permita a existência de super-seres... alguém teria que vigiá-los...