terça-feira, 24 de abril de 2007

encontrando dificuldades

Nesses últimos dias, tenho chegado cada vez mais próximo da inevitável conclusão: como é difícil ser pai. Não sei se por causa de toda essa função de doença, hospital e médico, acabamos mimando demais a pequena, mas o fato é que a Felicia está se tornando uma criança difícil, ou sempre foi e está se agravando agora.

Não me entendam mal, eu amo aquele bebê, a forma como ela sorri e pisca os olhinhos quando a gente pede, simplesmente derrete qualquer um. O problema é que ela tem me lembrado aquelas crianças que a gente vê azarando nos restaurantes e pensa "puta que pariu, que criança pentelha e que pais irresponsáveis".

Talvez seja só uma fase, ou quem sabe o gênio está pipocando e ela vai ser uma pessoa de temperamento forte mesmo. Na hora das refeições, é quando complica ainda mais. Ela já sabe o que quer. Ai do papai e da mamãe que misturem qualquer coisa no arroz... ela quer branquinho. Se misturar, lá se vai a tranquilidade no recinto. Gritos agudos, dedinhos apontando para o prato, tapas na colher cheia de comida, lágrimas e pernas dando coices. Bom, já diz a música... ela é "metade gente, metade cavalo".

O que se faz nessas situações? A gente dá o que ela quer comer? A gente deixa-a sem comer? Como a gente cincilia os maus impulsos de um dia ruim e de situações de pressão no trabalho, com tudo isso?

Aprendendo a caminhar, ela ainda não conhece o perigo e escolhe os piores lugares pra se meter... lááá vem o papai pegá-la no colo e acabar com a festa (e com a paz). É tão ruim fazer o papel de mau com uma criança de um ano. Agora ela não quer mais vir no meu colo. Aliás, ela não vai mais no colo de quase ninguém. Ela já tem plena consciencia de que dormir é deixar de aproveitar. No fim do dia, ela sabe que quero ficar um pouco do meu tempo com a Leandra quando a pego no colo para nanar. Ela sabe que quando dormir, o papai e a mamãe estarão acordados, vendo um filme, rindo, namorando, então ela simplesmente não consegue ficar no berço. Ela tem que dormir colada... suando.

Como se impõe limites em um ser tão pequeno e irresistível? Como fazê-la compreender, se ela não fala e não entende? Como pará-la de gritar sem gritar?


E pensar que a Leandra faz isso o dia inteiro.
Cada dia que passa admiro e amo mais essa mulher.

8 comentários:

Anônimo disse...

caraca, balu! tu vais ficar de cara comigo, mas que alívio ler o que escreveste. inevitavelmente me bateu aquela "aaaah, ainda bem que não é só comigo..."
cara, ando tendo CRISES de consciência por conta do atual comportamento da duda. começou mais tarde por aqui, ou talvez agora que eu tenha todo o tempo do mundo para ficar com ela é que eu percebo... mas é MUITO difícil.
dá uma sensação de impotência, ou frustração. certo? e eu penso: "será que estou fazendo algum mal pressa cria? estarei criando com um não, ou um castigo, ou mesmo uma palmada em momentos extremos, uma criança traumatizada?"
sei lá. não sei a resposta pra essa, nem pra nenhuma das tuas perguntas. o fato é que realmente às vezes chega a ser assustador.
oh, god. sorte pra vocês aí.

beijo pros três.

Daniela disse...

Sendo uma pessoa sem nenhuma experiência no assunto, não sei bem como dar algum conselho. Porém, depois de ler o comentário da Ana, imagino que possa mesmo ser uma fase. Deve ser mesmo muito difícil lidar com essa situação, ter que acabar com o divertimento da pequenina para protegê-la, mesmo sabendo que ela não está entendendo. Amor de pai e mãe é uma coisa tão complexa. Deve machucar, deve doer profundamente... E ainda assim deve ser maravilhoso. Isso é amar de verdade alguém. Vocês, tu e a Leandra são mesmo pessoas admiráveis. Já o eram antes da Felicia nascer e agora ainda mais. Amor é o melhor remédio e isso vocês têm aos montes! :)

Beijo procês!

samanta disse...

eu vou dar de presente pro junior e pra jana o "manual do proprietario da criança" tu conhece? a nisia e o bruno deram o manual do bebê e eles disseram que foi super útil. talvez o da criança pequena possa ajudar vocês...
tem também aquele programa "super nanny" que tem bastante dicas sobre educação. passa na gnt e no sbt.
no mais, também não sei como aconselhar... mas acredito que todas crianças devam ser difíceis nessa fase.
boa sorte pra vocês!
(eu acabei de descobrir o flickr e estou babando nas fotos dela :)

RicardoMello disse...

bah, cara, acho que se eu tivesse filho, provavelmente iria ser um pai horrível.
boa sorte e uma grande dose de compreensão e paciência pra vcs dois!
abraço!

pablodelarocha disse...

hehe, valeu todo mundo

sam, a gente assiste super nanny direto... heuheuhuhe, mas as técnicas q ela ensina são aplicáveis a crianças mais velhas. Na idade da felicia, é dificil ter um "cantinho do castigo", po exemplo, prq ela não sabe o que é castigo...

maria. disse...

reli umas trinta vezes para tentar achar o que dizer-te. pois bem, digo que não sei. imagino a barra, imagino o amor, imagino a força e te digo, todo mundo ja passou por isso e se as pessoas dão um jeito, vocês também vão dar.

no que precisarem, tô aí.
;) qlq coisa liga :P

beijocas guri!

Ocaña disse...

cara..
se eu já estou passando por isso com uma cadelinha de um mês e meio, tento fazer idéia de como seja com uma menininha..
mas tenho certeza de que os papais corujas e competentes vão dar conta do recado!
Se ser pai fosse só beijinhos e brinquedos...
Mas pode crer que passada a fase cês vão rir juntos desses tempos.. abraços!

Ana Margarites disse...

desculpa o atraso.

existe uma diferença gritante entre "amar" e "mimar", e a gente descobre exatamente qual é essa diferença quando se torna pai ou mãe.

afirmo: é fase. não amoleçam, mas não deixem de ser amorosos.

as crianças aprendem basicamente por imitação, e, se formos educados e flexíveis, elas também serão :)