Sabe aqueles dias em que a criatividade diminui à proporção inversa que aumenta a tua pauta?
Sabe aqueles dias em que a vontade de trabalhar é minima, e por pura implicância, é um dia em que tem toneladas de pepinos pra resolver?
Sabe aquele filme "Scanners" que a cabeça do cara explode no final? Então, na certa tu sabe como são aqueles dias que a gente tem a mesma provável sensação que aquele personagem teve.
Sabe aqueles dias que tu só quer ficar sentado, navegando e ouvindo um som nos teus fones sem que ninguém te interrompa, e justamente neste dia, a empresa toda decide que precisa dos "teus dons"?
Sabe aqueles dias que qualquer som te dá dores de cabeça e que tu pensa que vai ter um colapso nervoso de ouvir pessoas simplesmente conversando?
Sabe aqueles dias que dá vontade de pegar o extintor de incêncio, quebrar a janela e pular do oitavo andar sobre o telhado podre do habib's?
Sabe aqueles dias em que o teclado, a cpu, o monitor e o mouse, parecem que se atraem de uma maneira tão forte que tu tem vontade de dar uma ajudinha e juntar todos bem na ponta de um taco de baseball?
Sabe?
Por favor, alguém diga que sabe... é tão ruim essa inquietação. É solitário pra caralho... parece que ninguém pode te ajudar... parece que tudo gera impulsos violentos, reclames e chismes. Me sinto no limite, na beira, na ponta dos pés... à uma esquina de distância de um blecaute mental. Eu juro que da maneira que estou me sentindo agora, eu poderia hoje ser num piscar de olhos, o cara que metralhou gente no cinema, o árabe que lançou aviões sobre o WTC, os assaltantes que arrastaram um menino por 11 quadras, o filho que serrou a cabeça da mãe, um pirralho que massacrou estudantes, um soldado que estuprou iraquianas inocentes.
(eu odeio ter que me explicar, mas só pra não causar mal entendidos, eu jamais seria capaz d fazer coisas assim... foi só pra tentar exemplificar com clareza a raiva e frustração que estou sentindo nesse momento)
segunda-feira, 12 de março de 2007
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4 comentários:
Mais uma vez eu quereria ter palavras para conforto.
Mas só posso afirmar que muitas e muitas pessoas sentem o que tu sentes. Eu já senti - de forma diferente, mais a ver com meus deveres de officeboy.
O problema é que nesse mundo fomos ensinados a sermos servos e agradecer por isso. Quem pensa demais como tu sofre mais.
Mas pelo menos não morre enganado, iludido que o mundo é bom como está, só basta acreditar em si mesmo.
Se um abraço virtual ajuda...
Abraço!
Temos que nos ver!
Sabe o que é ficar 8hs em pé, com a cabeça baixa, passando cartões de crédito mecanicamente como o Charles Chaplin em "Tempos Modernos", zonzo com a conversa de bêbados de plantão e música de qualidade duvidável, trabalhando de noite e invertendo horários, acordando no meio da tarde e parecendo que fizeste um vôo Hong-Kong – São Paulo, além de frustrado por não estar exercendo um trabalho na tua área de formação, e pior, sem perspectivas a curto prazo?
Sabe o que é chegar em casa com pés inchados e com calos e ver tua esposa (pessoa que tu ama e que te ama e que levaste anos para encontrar) também inconformada com a situação e pensando em voltar pro seu país e tu voltar a ficar sozinho mais uma vez?
Sabe, consegues imaginar a frustração de ir até Porto Alegre pra fazer uma dinâmica de grupo (ferramenta seletiva e de uma falta de criatividade de psicólogos), gastar 200 reais do teu salário de 580, pra receber mais tarde a resposta "Obrigado pela sua participação, mas infelizmente não foste selecionado"?
Caro colega de ventre, também detesto choradeiras e explicações, mas o momento pareceu propício. Portanto, me perdoa a falta de criatividade, fazendo um gancho com o teu texto, mas tu és UM HOMEM DE SORTE!
é diego, sei q às vezes parece q eu reclamo de boca cheia, mas a questão aqui não é reclamar do trabalho q faço... é reclamar do sentido de tudo isso.
Acho que eu reclamaria da mesma maneira em qualquer outra posição, porque é da minha natureza. Onde toda esta merda está me levando, senão à decadência da carne e da mente?
Sinceramente, não vejo nem mais nem menos sentido no que faço, com relação ao que tu fazes... talvez seja uma bobagem, mas nada disso me satisfaz ou me faz sentir uma pessoa melhor... e aí é que está o problema... eu cresci e cruzei uma faculdade pensando que iria fazer algo que me satisfizesse, mas acaba que meu emprego me traz tanta insatisfação quanto o teu. Talvez até mais, por descobrir agora que tudo pelo que estudei, não me significa NADA! não tenho vontade de evoluir nesse ramo, entendes? Não desejo mestrado, doutorado e provavelmente se desejo um cargo melhor, é pra dar o melhor à minha filha. E isso dói, cara... prq como já disse no blog, eu enxergo o "seu roberto" em mim no meio desses atos.
Não te parece estranho? Será que eu não deveria estar feliz?? O fato de tu acreditar que tenho sorte, ou o fato de existir milhares de pessoas em condições muito abaixo das minhas, não deve ser um fator de conformação... pelo menos não serve pra mim. Eu não vou deixar de me sentir um merda porque tem milhões passando fome... é egoísta, mas é verdade. O pai me usar de exemplo por cima da paula e provavelmente por cima de ti prq eu "sou o unico bem sucedido", apesar de ter cometido um "erro" ao ter uma filha não me ajuda em nada tb.
Provavelmente isso seja uma doença podre dentro da minha cabeça, mas sei igualzinho a ti, como é encontrar a pessoa que amo igualmente frustrada ao chegar em casa... a Leandra deseja voltar pra pelotas também, e eu nada posso fazer a não ser concordar e torcer pra que uma mudança dessas faça tudo melhorar.
Pois entendas, meu irmão, que é igualmente aterrorizante ser uma pessoa que não consegue se conformar com a vida, mesmo que aparentemente não tenha nada pra reclamar. É horrível ter frustrações e chegar em casa e sentir-se um palhaço por tê-las. E esse é todo o motivo deste post, pois essas coisas passam diariamente pela cabeça e realmente as vezes acho que vou ter um colapso.
Pior, é ver a tua vida se tornando um lixo repetitivo e não ter nenhum plano ou perspectiva pra melhorá-la. Tu sabes que um emprego na área de arquitetura vai te fazer sentir melhor... eu simplesmente não sei o que vai me fazer me sentir melhor.
Não tô aqui pra avaliar o que tu estás sentindo e não tô respondendo em alto tom de voz ao que tu disse. Só tô tentando justificar a minha choradeira que tanto te soou sem razão.
Talvez eu seja um eterno insatisfeito, cara... e o maior esforço que tenho no momento é não descontar essas coisas que sinto na minha filha ou na minha Leandra... como aconteceu comigo, contigo, com a Paula e com a mãe.
No mais, sinto muito pela entrevista. Espero que as coisas melhorem pra ti, pra jenniffer e pra leandra. São as pessoas a quem mais desejo o bem ultimamente.
um abraço carinhoso do irmão insatisfeito
balu, pode parecer simplista o que eu vou dizer, mas... acho que tu precisa é de férias :)
precisas acordar tarde, fazer coisas banais com calma, pegar um pouco de sol, tomar um chimarrão. tua vida parece frustrante por que tu não tens te divertido. eu queria muito estar por perto pra tentar alegrar o meu amigo :)
força, camarada!
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