Neste fim de ano, quero uma máquina que tome decisões por mim, quero uma máquina que me tire todas as dores de cabeça, uma máquina tão decidida que vai decidir e me convencer de que a decisão tomada é a certa.
Pensando melhor, quero uma máquina que torne todas as possibilidades mais simples. Preto no branco. Não quero uma moeda pra tirar no cara ou coroa agora, pois o resultado, seja lá qual for, vai ser bom e ruim ao mesmo tempo, e convenhamos, a gente sempre trapaceia no cara ou coroa, só que quando estamos indecisos, não sabemos pra qual face da moeda a gente vai torcer.
Se cair cara vou achar que seria melhor a coroa, e vice-versa.
Quero uma máquina com um botão fast forward. Quero que minha vida seja um daqueles livrinhos antigos de RPG, onde eu decido qual caminho tomar, mas não sem antes dar uma espiada em como pode ser caso tome o rumo oposto.
Quero um manual do usuário para compreender melhor as minhas escolhas, de preferência ilustrado e com poucas páginas. Se tiver um resumão no final, dizendo que tudo vai ficar bem, seria interessante.
Pode ser em "pdf" mesmo.
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
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3 comentários:
querido, teu texto pra variar é ótimo. mas queres saber mesmo? pouco importa saber o final. pois as coisas se complicam ou descomplicam mesmo, é no meio do caminho. e resumir o processo nem sempre diminui os riscos, muito menos os traumas...
sempre fui MUITO decidida, prevendo (ou revendo) tudo mil vezes antes, durante e depois de acontecido. pouco importou. não impediu que inúmeras surpresas, algumas agradáveis (como a minha Duda) outras desagradáveis (como a reação equivocada de pessoas a meus atos) acontecessem ao longo do tempo.
quer saber mesmo? foda-se o fim. não importa tanto assim tentar compreender nossas escolhas, e sim as conseqüências delas... o que importa é por onde e como andamos. e acho que pra isso, não tem tutorial...
post perfeito. tens talento com as palavras. será que a vida não teria sido diferente se tu tivesses estudado letras?
saber o fim da história com certeza não torna mais fácil tomar a decisão, pois se ambas as alternativas parecem pausíveis agora, certamente não vão resultar em mudanças tão drásticas no futuro.
e, se resultarem, what the heck? provavelmente tu já vais estar adaptado às mudanças, antes que elas aconteçam. a natureza é sábia: assim como nossos filhos levam nove meses pra chegar (ok, às vezes são oito), nós somos perfeitamente capazes de nos adaptar às novidades. é o que nos torna únicos.
somos saudáveis, inteligentes, temos nossas famílias, somos trabalhadores e somos justos. o que pode dar errado?
é época de celebrar tudo isso. espero que tu consigas, mesmo durante um período tão crítico onde o futuro da humanidade parece estar em tuas mãos. acredite em mim: não está. daqui a um ano, esta decisão que tu tomou agora não vai parecer tão drástica quanto parece agora.
presinto um grande ano chegando. 2006 vai matar a pau. e vou ter por perto um dos melhores amigos que a vida já me deu.
e aí, quando posso ir conhecer a tua filha? :)
Eu também queria uma máquina dessas...
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